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Carnaval de Notting Hill

31 ago

Notting Hill é um bairro de Londres bem famoso no mundo, muito por conta do filme “Um lugar chamado Notting Hill”, lançado em 1999, no qual um dono de uma pequena livraria especializada em livros de viagem, Hugh Grant, se depara em sua loja com Anna Scott, super estrela de Hollywood, interpretada por nada menos que Julia Roberts. Seduzida pela vida pacata de um bairro pequeno e charmoso de Londres, Anna se apaixona pelo vendedor de livros e ele vice-versa e o resto todo mundo já sabe…

Portobello Rd

O filme foi filmado mesmo numa livraria de Notting Hill, a The Travel Bookshop, que ouvi dizer que está para fechar. Essa pequena loja atrai bastante turistas, loucos para tirar uma foto em sua fachada. Eu mesma tenho a minha…;)

The Travel Bookshop

Entretanto, tirando essa parte do filme, o bairro é um charme mesmo, localiza-se perto do Holland Park e do Kensington Garden, áreas nobres de Londres. Aos sábados rola a charmosa feirinha na Portobello Road, de antiquidades e roupas vintage, além de frutas, verduras e comidas diversas.

Mas na verdade o que quero falar mesmo é do Carnaval de Notting Hill que ocorre todo ano no último fim de semana de agosto, feriado em Londres. É o maior carnaval da Europa e a segunda maior festa de rua do mundo, perdendo somente para o Rio de Janeiro, segundo o site oficial do evento (será mesmo? Tenho as minhas dúvidas, só no nosso país temos eventos de rua tão grandes, como as festas de São João no interior do Nordeste, o carnaval de Recife e Salvador. Imagina mundo afora?). Bem, como este não é o foco, vamos seguir.

E por que esse carnaval acontece em Notting Hill? A história desse carnaval começa com a vinda de imigrantes caribenhos após o fim da II Guerra Mundial, se localizando no bairro de Notting Hill, formando uma grande comunidade. A tradição do carnaval no Caribe começou em Trinidad, em 1833, para marcar o fim da escravidão. Em Londres, o primeiro carnaval aconteceu em 1964 e desde então acontece durante dois dias (domingo destinado às crianças e segunda aos adultos) durante o bank holiday (feriado) de agosto.

Esse ano estava viajando, mas fui ano passado e achei bem interessante. É uma misturada de tudo. Várias barracas com uma variedade enorme de comidas. Blocos passando, carros alegóricos, DJ’s tocando…

Mas prefiro o nosso! Acho que o carnaval brasileiro é incomparável. De uma forma geral, a gente não assiste a festa, a gente participa da festa. Pelo menos no Rio, em todo canto há um bloco e qualquer um participa da festa, não precisa de ensaio, não precisa conhecer as pessoas, é só seguir o som e ser feliz.

Bem, mas eu sou suspeitíssima para falar de carnaval, pois eu amo demais essa época e me esbaldo nessa folia brasileira desde 2004, exceto 2011 por já estar morando aqui!:(

Brick lane ব্রিক লেন

22 ago

Então, mais uma vez venho aqui escrever sobre um lugar que, como Camden, eu acho que é a cara de Londres: Brick Lane.  Aos domingos rola uma super feira lá (aliás, são várias) e é um programão para quem quer entender o porquê de Londres ser taxada como uma cidade cosmopolita e “multi-tudo”.

Atualmente, Brick Lane faz parte da área, vamos dizer assim, cool do East End, endereço de jovens artistas que adotaram esta região justamente por conta da sua multiculturalidade e diversidade. Mas nem sempre foi assim. O East End ganhou esse nome por se localizar a leste do Muro de Londres- construído pelos romanos para proteger a então cidade (conhecida como a City).

Porém, foi somente no século 19, com o crescimento populacional londrino, principalmente nessa área, que esse nome passou a significar, pejorativamente, lugar de pobre e imigrante. Estigma que continua até os dias de hoje, vide o projeto das Olimpíadas de 2012, todo feito no East com o intuito de desenvolver a região.

Brick Lane sempre foi destino de imigrantes. Já foi casa dos Huguenotes – protestantes franceses perseguidos pela Reforma-, Irlandeses, Judeus e, no século XX, dos Bengalêses  (É isso mesmo? Quem nasce em Bangladesh é Bengalês?), que chegaram em Londres para trabalhar nas docas. O East era o primeiro porto de escala daqueles vindo de Bengali (base do Império Britânico na Índia), daí a concentração nessa área.

Para se ter uma ideia da loucura que é Brick Lane, a atual Mesquita Jamme Masjid (Brick Lane Great Mosque) já foi Igreja Protestante dos Huguenote, pertenceu a uma sociedade que promovia o cristianismo entre os Judeus, virou Igreja Metodista, depois Sinagoga e hoje é uma Mesquita. Para mim isso traduz bem a mistura de culturas dessa área…

A área é cheia de restaurantes sul asiáticos –  os “Curry Houses”. Para quem gosta de um curry, vale a pena explorar a região. Muitos não vendem bebida alcóolica, porque são gerenciados por muçulmanos, o que não significa que o cliente não possa beber álcool, já que ele pode levar a sua própria bebida de casa, se assim desejado.

Além de abrigar essa grande comunidade de Bangladesh, o que já torna tudo diferente, Brick Lane é hoje casa de jovens artistas, onde se localizam ateliês, brechós e bares moderninhos. As ruas do bairro ganham um charme a mais por conta das muitas intervenções artísticas em suas paredes feitas por street artists, como o Banksy.

Banksy - colocaram um acrílico em torno da intervenção e assinatura dele (lado direito da foto, no alto da placa preta de ferro), para preservá-la. Afinal, agora isso aí vale uma fortuna né?

Há muitos brechós na área, como o famoso Rokit, mas como não tenho paciência para me enfiar em nenhum deles, realmente não conheço bem o esquema.  Mas para quem curte, há um post da Dri Miller com indicações de vários brechós na cidade.

Ainda não fiz uma noitada em Brick Lane, o que é uma pena pois dizem ser bem diferente e animada. Nessa minha pesquisa para escrever esse post, vi várias recomendações positivas sobre o Vibe Bar e o 93 Feet East. Os dois ficam na rua Brick Lane, um em frente ao outro.

Aos domingos, o Vibe Bar tem um beer garden disputado. Fica um DJ fazendo um som ao vivo e, o que eu acho mais sensacional, uns hairstylists famosos fazendo uns cortes de cabelo ao ar livre. Imagina o cenário, DJ discotecando, discos sendo vendidos, gente sentada bebendo cerveja nos bancos, pessoas cortando o cabelo, tudo junto e misturado!!! hahahah…adoro essa loucura londrina!

Cabeleireiro ao ar livre!

Uma outra famosa atração de Brick Lane é a padaria judia Beigel Bake de 1977, aberta diariamente 24 horas. Ela não é exclusiva, na área há vários outros Beigel Shops.

Antes que me esqueça, foi entre Brick Lane e Whitechapel que o famoso serial killer Jack, o estripador, matou suas 11 vítimas (Osborn Street; Flower and Dean Street; Hanbury Street). Uma espécie de mística cerca também a rua Chicksand, pois foi lá que Bram Stocker, escritor do famoso livro Drácula, morou quando retornou da Transilvânia.

Achei esse videozinho, feito pelo Canal Londres, sobre Brick Lane bacaninha:

http://www.canallondres.tv/Canallondres_Seu_Guia_para_Conhecer_Londres__os_Picos_de_Ulisees_Brick_Lane.html

Estações de metrô próximas: Liverpool Street, Aldgate East e Shoreditch.

Camden Town

31 jul

Já havia algum tempo que queria escrever um post sobre Camden, primeiro por ser um lugar que eu adoro e fui apresentada logo nas primeiras semanas aqui e segundo por conta da riqueza e diversidade desse bairro, que traduz muito bem o way of life londrino.  Por isso sempre faço questão de dar uma passadinha em Camden com as minhas visitas.

Sábado passado estava lá com a minha família turistando pelos mercados de Camden, brincando de procurar a Amy por algum Pub da área e mal sabíamos que naquele horário ela já tinha falecido. Inspirada por essa triste e precoce morte, resolvi que era a hora de escrever sobre este bairro do qual ela gostava tanto.

Quando disse que Camden representa para mim muito bem o que é Londres, não significa que Londres possa ser reduzida a esse bairro, tamanha complexidade dessa cidade que combina muito bem o antigo e tradicional com o novo e ultra moderno.

Camisa do Mengão sendo vendida na feira

Camden é um dos lugares que me dou conta “Caramba, estou em Londres!”. No bairro há 4 mercados, que de tão próximos parecem um só. E mercado é algo que os londrinos amam. Há vários espalhados pela cidade. É o local perfeito para o fim de semana, onde se pode comprar, comer  nas diversas barraquinhas em pé mesmo e tomar uma cerveja.

Além dos mercados, Camden tem uma High Street (rua principal) cheia de lojas de sapatos,  roupas diferentes, lojas de discos, estúdios de tatuagem e piercing, Pubs e enormes casas de shows como o Roundhouse, onde acontece o itunes festival, evento de rock totalmente gratuito durante 1 mês.

Os mercados são o máximo. Há uma enorme variedade de roupas diferentes e camisas engraçadas; comidas de todo canto do mundo, DJs discotecando, sucos, doces, bares, muita coisa do grafiteiro Banksy, roupas militares, brechós, malas antigas e pessoas de todos os tipos e estilos.

Banksy - he's not the messiah

Há uma loja que eu acho fantástica chamada Cyberdog. São três andares para baixo, sendo que o último é um  sexy shop. Você se sente numa Rave! As roupas, músicas e produtos são voltados para esse público, então os vendedores são totalmente clubers, há uns dançarinos dançando trance no meio da loja, muito neon, música alta eletrônica…vale a pena ver!!! A sessão dos bebês é bem engraçada, com suas roupas futuristas e fluorescente…

Há um bar chamado Proud Camden que eu adoro! Ele se localiza no stable market, segundo andar. Ele é bem diferente, pois aproveita a estrutura de estábulo para criar diferentes ambientes. Todos eles tem TV, onde você pode jogar videogame, ver filmes, programas esportivos e ouvir DVDs de música disponibilizado pelo estabelecimento. Além disso, há uma galeria de fotos, lojinha e um espaço que fica rolando umas apresentações de música. À noite o espaço se transforma em um perfeito local para quem gosta de música, havendo apresentações de bandas novas e alternativas.

A maneira que gosto de chegar em Camden é pelo Regent’s Canal. Geralmente atravesso o Regent’s Park, que é um parque lindo e bem florido e vou caminhando pelo Regent’s Canal até Camden. O passeio é lindo, pois se pode observar as casas barcos, ver as casas que margeiam o canal, as pessoas andando de caiaque ou bote. Sempre faço o caminho a pé, mas é possível fazer de barco, saindo de Little Venice (“pequena Veneza” – área da onde os barquinhos partem e cheia de bares e restaurantes).

Regent's Canal

Chegando a Camden pelo Regent's Canal

Regent's Canal

Regent's Canal no inverno