Arquivo | outubro, 2012

O beijo

24 out

Recentemente, uma galeria de arte aqui de Londres que acompanho via facebook postou uma série de fotos históricas e dentre elas a foto famosíssima do fotógrafo Alfred Eisenstaedt que retrata o momento de um beijo entre um marinheiro e uma enfermeira na Times Square, em Nova Iorque, numa comemoração americana pelo fim da segunda guerra mundial, em 1945.

A foto é incrível de fato e até hoje ela desperta curiosidade sobre a identidade desses dois desconhecidos. Muitos se autodenomiram os personagens da célebre foto, motivo de longa disputa até hoje.

Dando um google para pesquisar mais sobre imagens históricas de beijos, achei umas coletânias fantásticas! Nesse site, havia uma coletânia de fotos de soldados beijando as mocinhas, amadas ou desconhecidas, na partida ou chegada das guerras.

New York, 1945 – Actress Marlene Dietrich is hoisted up to kiss a GI as he arrives home from World War II.

London, 1940 – A woman leans over the railing to kiss a British soldier returning from World War II. 

London, 1935 – Soldiers departing for Egypt from Feltham Station lean out of their windows to kiss their loved ones goodbye. (© Hulton-Deutsch Collection/CORBIS)

California, 1950 – A soldier leans out of a train to kiss a woman goodbye.

Adoro essas imagens. A sensação que me passa é de que o mundo pode até estar caindo, mas sempre haverá tempo e espaço para aquele último beijo!

E eu também tenho na memória um beijo especial, trocado entre dois amigos num carnaval. Hoje comemoro 3 anos de casamento, tudo por causa daquele primeiro beijo, há 11 anos e meio atrás…<3

Positano e a Costa Amalfitana

23 out

Me dei conta só agora, dois meses depois, que faltou um post sobre a viagem que fiz à Itália em agosto! Será bem menos detalhado, mais para constar mesmo, já que a memória e o furor da viagem já passaram.

A Costa Amalfitana fica na região da Campania, na Itália, composta por várias cidades costeiras, esculpidas em precipícios, entre as cidades de Sorrento e Salerno. Tem influência arquitetônica bizantina, já que no passado foi uma importante área de troca comercial com o Oriente.

Chegando no porto de Positano de Capri.

Decidimos nos hospedar em Positano, uma das cidades da costa conhecida por seu charme. Foi locação de filmes como “Sob o Sol de Toscana” e “Only you”. Acessamos Positano de barco, diretamente de Capri. A primeira vista é linda! Chegamos no porto e vimos aquelas casinhas branquinhas na encosta do morro se estendendo até o mar azul turquesa.

Positano

O porém é que em Positano carro não circula e não chega até o porto. Isso significou termos que subir escadas mais escadas com malas até o nosso hotel, que ficava bem no alto. A vista do hotel era linda, pois como a cidadezinha fica bem na encosta, de qualquer lugar você acessa o azul brilhante do mar. Mas, por exemplo, não indicaria essa cidade para alguém com problema de locomoção ou que não goste de andar muito. Foi realmente pesado subir e descer as escadarias, mesmo sem as malas, para ir à praia ou ao pequeno centro. Ou então, pesquisem mais na hora de agendar um hotel, o nosso era bem no alto.

Escadarias sem fim!

Uma opção seria ficar em Amalfi. Lá, ônibus e taxis chegam até o porto e circulam melhor na cidadezinha, que é tão charmosa quanto Positano.

Amalfi

Amalfi

Além de Amalfi, visitamos também Ravello, que fica no alto de uma montanha. Há um ditado local que diz que os poetas vão a Rafello para morrer. Romântico, né?  Entramos na Vila Rufolo, que é paga, para vermos o seu lindo jardim e a vista estonteante.

Ravello- Villa Rufolo

Há outras cidadezinhas que não conseguimos visitar, mas o legal é que elas são muito bem conectadas por ônibus. Há um bilhete único, que custa por volta de 8 euros, que é válido por 24 horas e você pode usá-lo à vontade. Assim que chegar em alguma das cidades da Costa, vá ao centro de informações para turistas e pegue um papel informativo com os horários dos ônibus.

Ravello

Fomos em altíssima temporada, em agosto, e estava tudo muito cheio. Mas mesmo assim foi gostoso passar as tardes ensolaradas em Positano, olhando o mar azul e vendo a vida passar sem pressa.

A vida É bela!

Informações

– Hotel: Il Gabbiano (http://www.ilgabbianopositano.com/homeuk.htm). Ele não é uma maravilha não, mas foi o mais barato que conseguimos na ocasião, o nosso objetivo principal. Agendamos pelo site  Hostel World (http://www.hostelworld.com/) e ele fica bem no alto.

– Se quiser rodar a Costa e estiver de ônibus, compre o bilhete único que vale 24 horas e você anda quantas vezes quiser. Decidimos não alugar carro para rodar a Costa e não nos arrependemos. Estava muito cheio, as estradas são tortuosas e o trânsito um caos, cheio de motocas e lambretas, ônibus, carros, dividindo um espaço micro.

– para quem quiser mais informações:

http://viagem.uol.com.br/ultnot/2006/11/01/ult2445u2924.jhtm

http://www.viajenaviagem.com/2009/05/vai-por-mim-costa-amalfitana-e-capri/

De repente 30!

15 out

Desde que os 29 bateram em minha porta numa manhã de sábado com céu azul, já acordei pensando como seria a visita dos 30, que chegaram hoje, numa manhã fria londrina. Diferente dos 20, que mal tocou a campanhia e já entrou na minha casa excitado, agitado, pulando com uma ceveja na mão, os 30 chegou calmo, aceitou meu chá e com semblante tranquilo, sorriu para mim.

Há quem diga que hoje em dia os 40 são os 30 do passado. Então, seguindo a mesma lógica, os 30 de hoje são os 20 de outrora. Esta afirmação tem algum fundo de verdade, se é que podemos dizer que exista alguma verdade nesse mundo.

Os avanços tecnológicos nos trouxeram uma maior expectativa de vida e dificilmente alguém, hoje em dia, chega aos 30 achando que está na metade ou menos da sua vida. Antes, havia uma urgência de fazer a vida acontecer mais cedo. Para a mulher, então, a tecnologia permitiu a separação do prazer sexual da procriação, com a invenção dos métodos contraceptivos.  Isso fez com que a maternidade pudesse ser exercida bem mais tarde, depois dos 30 e até mesmo depois dos 40.

Essa vida que ficou para mais tarde reflete um pouco sobre como estamos chegando aos 30. E, por isso, talvez, o peso de alcançar tal faixa. Oficialmente, só agora deixamos de fazer parte da faixa etária dos jovens adultos para sermos, finalmente (u-hu!), adultos.

Lembro que fui personagem de uma reportagem que minha amiga fotógrafa Camilla,  na época jornalista do JB, estava fazendo sobre o dia Internacional da Mulher. Havia representantes femininos de todas as faixas etárias e eu fui a representante das mulheres de 20. A matéria tinha como pergunta básica “O que quer a mulher de 20, afinal?”. Não faço idéia sobre o que respondi, mas arriscaria dizer que em minhas respostas provavelmente haviam sonhos e desejos ligados à experiência profissional e à independencia financeira e, provavelmente, nada sobre planos de casamento e constituição de família, talvez só como um plano bem pro futuro.

Hoje, se fosse convidada novamente, já poderia falar no lugar da mulher de 30. E, o que vejo ao meu redor, é que a estabilidade só está vindo perto ou depois dos 30; muitos ainda estão tentando achar um lugar ao sol, procurando uma carreira que os satisfaçam financeiramente e pessoalmente; outros ainda querem viajar o mundo antes de ter filhos; alguns ainda não decidiram se querem casar; outros estão excercendo a paternidade/maternidade com todo zelo e dedicação; alguns estão ainda confusos em busca de algo para chamar de felicidade. Todos estão com sonhos ainda.

Bem, o grande dilema mesmo de fazer 30 (e assim por diante) está ligado ao fato de que não queremos jamais encarar a nossa finitude. Não é à toa que há uma recusa geral em envelhecer, uma corrida louca contra o tempo, que faz com que tentemos a todo custo eliminar qualquer marca que o tempo deixe na nossa pele e no nosso corpo para sermos jovens “forever”. E envelhecer, embora não exista idade certa para morrer, é um sinal de que estamos chegando lá…

Mas só envelhece quem vive, então que venham não só os 30, mas os 40, 50, 60, 70, 80, 90 e por que não, os 100…

Para terminar, “Forever Young” (1984), sonzinho brega dos anos 80 para representar a década da minha infância e também esse post melodramático! 😉

“Let’s dance in style, let’s dance for a while,
Heaven can wait we’re only watching the skies.
Hoping for the best, but expecting the worst,
Are you gonna drop the bomb or not?

Let us die young or let us live forever
We don’t have the power, but we never say never
Sitting in the sandpit, life is a short trip
The music’s for the sad man.

Can you imagine when this race is won?
Turn our golden the faces into the sun,
Praising our leaders, we’re getting in tune
The music’s played by the madman.

Forever young,
I want to be forever young”

Pompéia e o temível Vesúvio!

4 out

Ah, que saudade de escrever aqui! Esse mês foi terrível, terminando o suado mestrado. Acabei deixando o blog abandonado, mas estou de volta! =)

Em agosto fizemos uma viagem pela região da Campania na Itália. Foi uma sugestão da minha irmã, que tinha o desejo de conhecer a Costa Amalfitana (próximo post!) e quando vi que teríamos que ir a Nápoles, não pensei duas vezes em incluir Pompéia no roteiro.

“Conheci” Pompéia na escola, num livro de história. Tinha um box pequeno falando um pouco sobre essa cidade destruída pelo vulcão Vesúvio e descoberta anos depois quase intacta. Fiquei, na ocasião, muito impressionada com as fotos e esse lugar entrou no caderninho de viagens para um dia quem sabe! E o dia chegou…

Corpo conservado e objetos

Pompéia foi completamente destruída no ano 79 depois de Cristo pela erupção do vulcão Vesúvio. No meu imaginário, achava que Pompéia ficava aos pés do vulcão e que tinha sido soterrada pela lava do vulcão. Mas não! Na verdade, Pompéia não fica tão próxima ao vulcão e o que dizimou a população foram as cinzas liberadas pelo Vesúvio, que cobriu a cidade em 7 metros e matou 80% dos seus habitantes! Por ser cinzas e não lava, a cidade ficou intacta, inclusive os corpos, representando um retrato vivo de uma sociedade e seu cotidiano, não só num determinado momento histórico, como também num momento derradeiro (os corpos encontrados dão essa dimesão, pessoas encolhidas, seguradas aos seus filhos, outros dormindo, alguns parecendo estar tentando fugir…)

Muito expressivo…estranho ver esse momento derradeiro congelado no tempo!

Inscrições nas paredes…grafite bombando em Pompéia! rs!

Pompéia ficou esquecida por 1600 anos! Uma das teorias para o possível esquecimento dessa cidade foi que a área ficou amaldiçoada, sendo vista como um castigo aos hábitos profanos dos moradores da cidade.

Faixa de pedestre…as ruas eram pavimentadas e com calçadas!

Pompéia era uma cidade romana, próspera e muito desenvolvida. As ruas tinham calçadas e até faixa de pedestre. Havia templos, padarias, casas de banho, teatros, estádio, bordéis e um sistema de distribuição de água desenvolvidíssimo. O sítio arqueológico é imenso. Nos arrependemos de não termos feito uma visita guiada para aproveitar mais a história do lugar, já que muita coisa é ruína e sempre é interessante saber o que está por detrás (detrás ou por trás? Vixe, não sei! =o)  daquilo ali.

Teatro

Padaria

Muitas peças foram removidas para o Museu Arqueológico Nacional, em Nápoles. Apesar de estar nos nossos planos visitar também esse museu, nos enrolamos para chegar em Nápoles, o que nos inviabilizou de visitar as duas coisas. Acabamos optando por visitar Pompéia, para sentir e ver o local onde tudo ocorreu, do que ver as peças num museu. Mas se tivesse tempo, iria nos dois. Um amigo italiano me indicou a ir a Herculano, uma outra cidade que foi destruída pelo Vesúvio e, segundo ele, mais conservada que Pompéia. Não conseguimos visitar Herculano, mas pode ser uma boa para quem tiver mais tempo e interesse.

Pinturas conservadíssimas na Vila dos Mistérios

Anfiteatro

O Maraca é nosso, aha, uhu…(anfiteatro por dentro – onde os gladiadores lutavam)

Adorei Pompéia. Fiquei pensando o quão frágeis somos diante das forças da natureza. O humano tem essa soberba de achar que ele está acabando com o mundo, destruindo o planeta,  enquanto na verdade nós é que estamos acabando com as condições de vida humana na terra. O Versúvio estava inativo há 1500 anos até supreender Pompéia; e Pompéia se foi com toda a sua tecnologia e desenvolvimento para a época e o Vesúvio está lá, no mesmo lugar, ainda ativo sabe se lá desde quando e até quando…

Vesúvio…

Informações:

Como chegar ao sítio arqueológico de Pompéia:

– De Nápoles: Pegar trem linha Circumvesuviana  sentido Sorrento e saltar na estação Pompei Villa dei Misteri.

Ingresso:

– 11 euros

Horário de abertura e fechamento:

– Abril a outubro: 8h30 às 19h30 (entrada até 18h)

– Novembro a março: 8h30 às 17h (entrada até 15h30)

– Fechado: 1 de janeiro, 1 de maio e 25 de dezembro.

Fontes:

http://whc.unesco.org/en/list/829

http://www.bbc.co.uk/history/ancient/romans/pompeii_portents_01.shtml

http://interata.squarespace.com/jornal-de-viagem/2008/2/4/italia-pompeia-que-lugar.html

http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/a_tragedia_de_pompeia.html

http://www.viajenaviagem.com/2009/07/passo-a-passo-bate-volta-de-roma-a-pompeia-e-napoles/